Misheberach Lechaialei Tzahal
sexta-feira, 29 de junho de 2007
A Vida Ou A Morte Por 15 Segundos
Cliquem aqui: http://www.honestreporting.com/a/15seconds.asp
DIVULGUEM!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Israel, uma reflexão
(Talmud Meguilá 16a)
Embora tal afirmação talmúdica recaia sobre o povo de Israel, é impossível desvinculá-lo de sua terra natal, sua Terra Prometida. Não se pode estudar a História de nossa sociedade sem conectá-la à suas raízes territoriais. Desde os tempos do primeiro Patriarca, Abrãao, o povo judeu vê na Terra de Israel seu berço, seu lar, sua pátria.
O Talmud nos remonta, nesta passagem, a períodos de glória e tragédia. Habitamos e fomos expulsos daquele pedaço de chão inúmeras vezes. O destino afastou-nos de lá e espalhou-nos mundo afora. Porém, mesmo no mais longínquo confim do planeta, o judeu sempre desejou reaver sua nação. Hinos e cânticos de louvor eram entoados em devoção a Sion – a Terra de Israel. Muito antes de a palavra sionismo ser conhecida, este sentimento já se fazia presente na esfera sócio-religiosa de nosso povo. Ser judeu é ser sionista e vice-versa; é impossível ser um sem ser o outro.
Mas o que faz deste pequeno espaço geográfico um alvo de milenar e constante atenção?
É lá que começou nossa História. É lá que se encontra, a cada passo, a cada esquina, a cada cidade, uma memória viva de quem fomos e somos. É lá que reside todo nosso elo com nossos antepassados. É lá que estão os túmulos dos Patriarcas e Matriarcas. Por lá passaram nossos Profetas. Foi lá que hábeis monarcas expandiram seu território. Foi lá que tivemos, por quase 1000 anos, um majestoso templo. Enfim, é lá que está nossa identidade: somos judeus porque existe Israel e Israel existe porque somos judeus.
Tal sentimento de amor e devoção encontra-se belamente expressado no livro dos Salmos:
Às margens dos rios da Babilônia nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sion (137:1)
Um cântico de ascensão, quando o Eterno fez retornar o exílio de Sion, estávamos como quem sonha (126:1)
Outra importante passagem a ser destacada é o célebre hino do poeta e filósofo espanhol Yehudá Halevi (1085-1140):
Meu coração está no leste
E eu no fim do oeste
Como poderei saborear o que como?
Como a comida poderá ser doce para mim?
No entanto, este sentimento religioso não se traduzia em ações política, até que um jornalista e escritor, Theodor Herzl (1860-1904), não podendo ignorar o crescente anti-semitismo, escreveu em seu diário, após o conhecido caso Dreyfus:
Há dias e semanas que a idéia ocupa minha alma ... me acompanha para onde quer que vá, paira sobre minhas conversas comuns, me confunde e me embriaga. A solução da questão dos judeus está em minhas mãos. Não é uma solução, mas a única.
Foi ele mesmo que, em 1896, ao publicar “O Estado Judeu”, deu-nos a solução:
A questão judaica é uma questão nacional e para solucioná-la devemos, em primeiro lugar, fazer dela uma questão política mundial que exija uma solução do Conselho das Nações. Somos uma nação, uma nação só. (...) ... os judeus que desejam e terão seu Estado. Temos que, finalmente, viver livremente em nossa terra.
A visão se Herzl se concretizou. Com o Estado de Israel, inicia-se uma nova fase na tradição judaica, chamada atchalta degueulá – início da redenção; a cristalização de todas as profecias bíblicas e anseios de nossos antepassados. Agora temos de volta nossa amada terra e, principalmente, uma defesa política.
Israel desempenha um papel vital e central na vida da comunidade judaica mundial, em todo os aspectos. Apoiar Israel e promover um maior intercâmbio entre a Terra Santa e a Diáspora é lutar com a melhor das armas pela continuidade de nosso povo. Neste sentido, devemos estar atentos ao que lá ocorre; interessar-se, informar-se e buscar meios de ajudar o Estado, sempre ressaltando o caráter democrático que o rege. Devemos lutar, também, pelo pleno reconhecimento de nossa ideologia por parte das demais correntes, de forma a enfatizar o aspecto pluralista do judaísmo.
Somente assim, tornaremos Israel em or lagoym – uma luz para as nações -, através da inserção dos conceitos ético-sociais bíblicos, talmúdicos e filosóficos no cenário cotidiano de nossa Terra Sagrada. É a nossa luta por paz, amor entre irmãos, harmonia, etc.
Questões para reflexão:
1) Até que ponto o que ocorre em Israel afeta sua vida?
2) Como você acha possível estabelecer uma maior intercâmbio entre a sua comunidade e Israel?
3) Você fala hebraico? Se não, qual sua importância para você? Será o hebraico vital para o mundo judaico contemporâneo?
Prof. Sami Goldstein
Rabino da Comunidade Israelita do Paraná
A metafísica dos sonhos no judaísmo - Parte III
No entanto, para os místicos, os sonhos devem ser levados à sério. Uma vez que revelam nossas emoções primárias, podem prover-nos de caminhos bem definidos às nossas mais ocultas profundezas. Exortam-nos a confrontar nossos sonhos honestamente e não apenas ignorá-los ou descartá-los como irrelevantes. Ainda mais enfaticamente, o Zohar afirma que “um sonho que não é lembrado nem deveria ter sido sonhado e, portanto, um sonho esquecido nunca se cumpre”(vol. 2 pg. 258).
Para desempenhar esta tarefa de interpretação é necessária uma técnica específica aos olhos destes mestres, um conjunto de regras bem definidas, invioláveis e que não podem variar de uma pessoa para outra. A Cabalá explica que, se algum dos elementos do sonho for mal interpretado, todo seu significado ficará obscuro. Apesar de ensinar-nos que sim são portadores de mensagens importantes para a pessoa, eles nos previnem sobre com quem compartilhar nossos sonhos. Avisam-nos a não discuti-los com qualquer pessoa. O Zohar é mais firme neste aviso, dizendo que a pessoa não deva revelá-lo a não ser a seu amigo mais próximo. Tudo pelo medo de que o ouvinte perverta a importância do sonho e seu conseqüente significado. A preocupação com o charlatanismo, ao contrário do que aparenta, não é uma coisa moderna. E mais, parece que a interpretação dos sonhos sempre foi um bom negócio. O Talmud (ibid. 56a) relata sobre uma pessoa chamada Bar Hedia que oferecia seus serviços para ilustres curiosos. Isto, porém, de uma forma bem peculiar: quanto melhor o pagamento mais favorável a revelação do sonho e vice-versa. Mas vocês provavelmente "nunca" ouviram falar sobre isso.
Todo e qualquer sonho humano pode ser decodificado de um mesmo sistema lógico-interpretativo. Embora encontremos passagens, principalmente bíblicas, de sonhos enigmáticos, perturbadores, ou até mesmo inspirados por forças superiores, isto não significa que não sejam passíveis de elucidação. A normativa judaica assume que todos os sonhos vão de acordo com sua interpretação. Talvez a mais famosa e intrigante seja a passagem de José no Egito e, acredito, muitos de vocês estão curiosos para saber a posição judaica com relação a ele. É importante novamente ressaltar que o judaísmo faz uma clara distinção entre sonhos comuns e aqueles de conotação clarividente, procurando sempre, na medida do possível, interpretá-los cientificamente.. Portanto, vamos deixar este caso específico para o final de nossa exposição.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Resumo da Parashá da Semana
A Parashá desta semana chama-se Balác. Balác era o rei de Moav que juntou-se com o seu inimigo Midyan, para planejar uma fórmula de conter o avanço dos israelitas no deserto. Resolveram contratar Bilam, um profeta gentio,para amaldiçoar os israelitas e lembrar os seus pecados para que estes caíssem em desgraça perante D-us e fossem vencidos em uma eventual batalha. Bilam pediu aos mensageiros que pernoitassem, pois D-us não lhes permitiu a ida. Mensageiros mais importantes foram enviados com uma proposta ainda mais vantajosa. Desta vez, D-us percebendo a sua ganância permitiu a sua ida, para falar somente o que D-us mandar. Bilam, que também odiava os israelitas, preparou ele próprio a sua mula e partiu em direção a Moav. No caminho um anjo se pôs à frente da mula; a mula o viu e desviou do caminho. Bilam que não viu o anjo, surrou a mula para que ela voltasse ao caminho. O mesmo aconteceu uma segunda vez, porém como havia um muro dos dois lados, a mula apertou a perna de Bilam contra o muro e novamente ela apanhou. Na terceira vez, a jumenta, impossibilitada de desviar do caminho estreito, arreou. Após apanhar novamente, a jumenta milagrosamente pergunta a Bilam: ‘Por que bateste em mim três vezes?’ ‘Pois me fizeste passar por vergonha’ respondeu Bilam. ‘Alguma vez fiz isto em todos estes anos que montasse sobre mim?’ perguntou a mula. “Não” respondeu Bilam. Então D-us faz Bilam enxergar o anjo com uma espada na mão, que lhe disse: “Por que bateste na jumenta por três vezes? A jumenta desviou de mim, se não tivesse feito seria morto!” “Pequei, pois não sabia da vossa presença” disse Bilam, “se não quiseres que eu vá , voltarei” concluiu. O anjo disse “Vá e diga somente o que te ordenei”. Bilam é recebido por Balác com promessas de grande recompensa mas adverte mas Balác que não poderá transgredir a vontade de D-us.Bilam pede para serem construídos sete altares e sobre eles sacrificados sete bois e sete carneiros. Ao iniciar suas palavras somente bênção emanam de sua boca. Uma nova tentativa é feita de um outro local, novos altares e sacrificados são feitos, porém também desta vez suas palavras são somente bênção. Tentam uma terceira vez de outro local e o mesmo acontece. Balác, furioso, expulsa Bilam. Este antes de ir profetiza sobre o futuro dos israelitas, de Moav, o povo de Balác, e de outros povos dentre eles Amalek. Aconselha Balác a enviar as moças de seu povo para influenciar os israelitas na transgressão de adultério e idolatria. Pinechás age com bravura matando o chefe da tribo de Shimon e de uma midyanita. Morrem vinte e quatro mil israelitas transgressores.
terça-feira, 26 de junho de 2007
Bircat Habait - a Bênção do Lar (para imprimir e colocar em casa)
A metafísica dos sonhos no judaísmo - Parte II
Mas o que significa dormir bem? Dormir muito? Até muito pouco tempo atrás, bom sono era sinônimo de sono de longa duração. Aos que dormiam pouco, não deixava de causar inveja a capacidade daqueles que rompiam a barreira das 8, 10 horas de descanso tranqüilo. A ciência porém, tem se aprofundado suficientemente nos mecanismo do sono a ponto de rever conceitos tidos, até então, como verdades indiscutíveis. Hoje sabemos que mais importante que a duração de um sono é dormir ciclos completos de sono. Esses ciclos, que duram entre 90 e 100 minutos em média, sucedem-se durante a noite, cada um deles com várias fases: a primeira, de adormecimento, vai de alguns segundos a alguns minutos; a segunda, de sono leve, dura cerca de 20 minutos; o sono profundo, que costuma somar 10 minutos; o sono muito profundo, que pode chegar a uma hora, sendo que nesta fase o cansaço físico é eliminado e, finalmente, a última fase, a do sono paradoxal, também conhecida com REM “rapid eyes movement”, ou movimento rápido dos olhos, que dura aproximadamente 15 minutos, sendo a base da recuperação psíquica, durante a qual ocorrem os sonhos. Interromper um ciclo de sono é, portanto, não permitir que todas as suas fases ocorram, cada qual desempenhando um papel único no nosso descanso noturno.
E, para os cabalistas, esta última fase, a dos sonhos, é claramente o mais importante aspecto do sono. Constantemente, a maioria das escrituras visionárias do judaísmo insiste que os sonhos oferecem-nos a chave-mestra para a auto-exploração, assim como uma trilha para uma maior compreensão a respeito do universo. Na realidade, mesmo para a tradição normativa judaica, principalmente o Talmud Babilônico do séc. VI - o qual estuda os processos psíquicos humanos procurando, na medida do possível, descaracterizá-los de qualquer clarividência - os sonhos são amplamente valorizados por seu potencial auxílio em nossas vidas cotidianas. O próprio Talmud traz folhas e folhas de discussão a respeito de seu significado.
Os mestres cabalistas, longe de procurarem vê-los como inexplicáveis experiências, ensinavam que a maioria dos sonhos são um reflexo de nossa mente cotidiana. Para entendermos sua posição, vamos tomar por exemplo dois relatos muito curiosos do Talmud (Berachot 56a):
Certa vez, o imperador romano disse para o rabino Yehoshua filho de Chanina: Já que você se julgam muito inteligentes, digam-me o que sonharei esta noite. O sábio respondeu que em seu sonho, o César seria capturado pelos seus inimigos persas, que o maltratariam e ele seria pastor de répteis com um bastão de ouro. E o que aconteceu? À noite ele sonhou exatamente com isso. Logo em seguida, o Talmud continua narrando uma situação semelhante, entre o imperador persa e o sábio Samuel. À pergunta do imperador, o sábio respondeu que em seu sonho, os romanos o capturariam e o deixariam moendo trigo em um moinho de ouro. E o que houve? Acreditem ou não, o Talmud diz que foi exatamente este o sonho do imperador.
Milagres? Profecias? Dons transcendentais de nossos mestres? Nada disso. O texto deixa bem claro o motivo de seus sonhos: impressionados com tão absurda interpretação, passaram o dia inteiro pensando nela.
Tefilat Haderech - A Prece da Viagem
Ao viajar, tenha sempre em mente que D-us é nosso melhor companheiro. Peça, portanto, Sua proteção.
Sugestão: imprima a imagem, no verso coloque a transliteração e/ou tradução e plastifique. Pronto: sempre terá sua prece por perto quando mais precisar!
Yehí ratson milefanêcha, A-do-nai E-lo-hê-nu, v'E-lo-hê avotênu,
shetolichênu leshalom, vetats'idênu leshalom, vetadrichênu leshalom,
vetismechênu leshalom, vetaguiênu limchoz cheftsênu, lechayim, ulsimchá,
ulshalom (tendo em mente retornar neste mesmo dia, acrescenta-se:
vetachazirênu leshalom). Vetatsilênu micaf col oyev, veorev, velistim,
vechayot raot badêrech, umicol pur'aniyot hamitragueshot uvaot leolam.
Vetishlach berachá bechol maassê yadênu, vetitnêni lechen, ulchêssed,
ulrachamim, beenêcha uv'enê chol roênu, vetigmelênu chassadim tovim.
Vetishmá col tefilatênu, ki Atá shomêa tefilat col pê. Baruch Atá A-do nai,shomêa tefilá.
Tradução:
Que seja Tua vontade, A-do-nai, nosso D'us e D'us de nossos pais,
conduzir-nos em paz, guiar nossos passos em paz, dirigir-nos em paz,
apoiar-nos em paz e nos fazer chegar a nosso destino em vida, felicidade e paz (tendo em mente retornar neste mesmo dia, acrescenta-se: e fazer-nos retornar em paz). Salve-nos das mãos de todo tipo de inimigo e embusteiro, de ladrões e animais selvagens na jornada, e de todos os tipos de calamidades que possam advir e afligir o mundo. Manda uma bênção sobre todas nossas ações e dê-me graça, bondade e mercê, a Teus olhos e aos olhos de todos aqueles que nos vêem, e conceda-nos favores generosos. Ouça a voz de nossa prece, pois Tu ouves a oração de cada um. Bendito és Tu, A-do-nai, que ouve a prece.
Mensagem do dia
(Talmud Chaguigá 12b)
Tome um tempo para si hoje e procure não apenas ver, mas sim enxergar tudo o que o rodeia.
D-us está nos pequenos detalhes e é neles que você realmente encontrará seus milagres.
Nas Bênção Matutinas, dizemos "Bendito sejas Tu, ó Eterno nosso D-us, Rei do Universo, quem dá vista aos cegos"
Todos, sem exceção, somos cegos em algum momento de nossos dias.
Não abrimos nossos olhos para as alegrias e tragédias que nos cercam.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
A religiosidade do agradecimento
Conta-se uma história sobre o patriarca de uma abastada família que levou seu filho a uma viagem pela campo a fim de mostrar-lhe como vivem os menos afortunados.
Passaram dias e noites numa humilde fazenda que julgaram pertencer a uma família muito pobre. Na volta, o pai perguntou ao filho: “Como foi a viagem?”
- “Foi fantástica, papai.” – exclamou com exaltação.
- “Você viu como a gente pobre vive?”- indagou o pai, curioso com sua reação.
- “Oh! Claro!” – retrucou confiante.
- “Então, o que você aprendeu dessa viagem?” – ainda cismado com seu entusiasmo.
E assim respondeu o garoto, com as mais sábias palavras que possam vir de um coração: “Vi que temos um cachorro, mas eles têm quatro. Temos uma piscina que atravessa nosso jardim, mas eles têm um rio que não tem fim. Temos luminárias importadas decorando nossas salas, mas eles têm o brilho das estrelas ao anoitecer. Nosso pátio é o maior do bairro, mas eles têm o infinito do horizonte. Temos um pedaço de terra para viver e eles têm vastos campos além da visão. Temos inúmeros empregados que nos servem, mas eles podem servir aos outros. Compramos nossa comida, mas eles cultivam o que comem. Temos muros e paredes que nos protegem, mas eles têm amigos para protegê-los.”
Com isso, o pai ficou sem palavras, ao que o filho completou: “Obrigado, papai, por mostrar-me como existe gente mais rica que nós.”
Muitas vezes esquecemo-nos do que já conquistamos e concentramo-nos no que não possuímos. Pobres ou ricos, quer estejamos passando por dificuldades ou, Baruch Hashem, não, todos – TODOS! – temos motivos para agradecer. Qual é a primeira prece do Sidur, recitada logo ao acordarmos? Modê ani – agradeço a Ti, Rei vivo e vigoroso, que bondosamente devolveste minha alma; grande é a minha fé em Ti. Levantamo-nos logo pela manhã e já começamos a calcular (lembro-me do célebre “O homem que calculava”, de Malba Tahan), não é mesmo? O que fazer primeiro? Café da manhã, depois levar as crianças para a escola, trabalho, contas a pagar, despesas...ufa! Em nosso dia a dia, não é muito difícil montar uma lista das várias reclamações que temos a fazer: “E se hoje, só hoje, pudesse deixar de levar as crianças para dormir um pouco mais? Onde vou arrranjar dinheiro para isso? E tempo, estou sem tempo!” - bem poderiam ser títulos de filmes de suspense.
Já se deram conta de como é bom ter tudo isso para fazer? Imaginemos nosso herói Jacó. Voltando para casa, acampado e diante de uma situação na qual o confronto físico parecia inevitável. Coloquemo-nos em seu lugar: mulheres e crianças na iminência de serem mortas ou violentadas, suas posses ameaçadas e até mesmo sua vida! No entanto, lá estava ele, agradecendo. Por quê? Pois simplesmente estava lá. Estava vivo e enquanto o estivesse, sua esperança não terminaria. Problemas, todos temos ou teremos. Mas depende de nós encorajarmo-nos ante um desafio ou amedrontarmo-nos com um obstáculo. Enquanto isso, agradeça pelo simples fato de agradecer. O maior ato de religiosidade reside em saber que já é uma grande dádiva estarmos vivos, sermos o que somos e termos o que temos. O resto fica para depois!
Prof. Sami Goldstein
Rabino da Comunidade Israelita do Paraná
A metafísica dos sonhos no judaísmo - Parte I
Prof. Sami Goldstein
(Palestra proferida no simpósio Cem anos dos sonhos – PUC São Paulo) 25/05/99
É inegável a afirmação de que os sonhos vêm fascinando praticamente todas as culturas ao longo da História. Os antigos referiam-se aos sonhos com respeito e até mesmo temor, considerando-os portadores de importantes mensagens para suas vidas. Durante sua época áurea, os gregos construíram mais de trezentos templos em homenagem ao seu deus Asclepius. Fiéis viajavam por longas distâncias até estes templos e tomavam parte em rituais sagrados destinados a elucidar sua utilidade. No oriente, templos similares eram erguidos em locais calmos e serenos. Em nosso próprio continente, as tribos nativas da América do Norte consideravam-nos uma fonte de inspiração divina. Seus xamãs costumavam empreender uma profunda jornada rumo a lugares desérticos. Privando-se de comida, bebida e companhia, acreditavam poder induzir um sonho de poder ou sabedoria para que pudessem levá-lo de volta ao seu povo.
Com a Revolução Industrial, entretanto, este tipo de conhecimento intuitivo caiu no ostracismo. Basta lembrarmos que quando Freud começou a pesquisar a literatura médica de sua época em busca de informações sobre os sonhos, descobriu que praticamente nada havia sido escrito sobre este tema. Muitos de seus colegas viam este assunto como superstição, ao qual nenhuma séria atenção deveria ser dado. Quando em 1899 ele publicou seu “A interpretação dos sonhos”, foi agraciado com o adjetivo ridículo. Por vários anos, sua teoria de que os sonhos continham significados ocultos foi considerada como delírios de um homem insano e desprovido de qualquer pudor.
E é justamente neste século, que o significado atribuído aos sonhos e sua interpretação cresceram amplamente no mundo intelectual, principalmente no campo da psicologia, impulsionada por seus estudos, os quais demonstraram ser uma poderosa ferramenta de auto-conhecimento. Com isto, muito daqueles que estavam intrigados, preocupados ou apenas curiosos com as experiências oníricas que haviam vivenciado, passaram a recorrer a este recurso numa tentativa de amenizar sua ansiedade pelos mistérios nelas contidos.
E o resultado de tudo isto é bem interessante: crenças primitivas provavelmente levaram Freud a desenvolver um estudo científico. Um vez que seu excitante trabalho passou a ser desenvolvido em laboratórios ao redor do globo, muitos interessados passaram a voltar-se aos sistemas espirituais antigos. Basta entrarmos em qualquer livraria e certificarmo-nos da quantidade de livros existentes a respeito e que, ao mesmo tempo, não estão nas prateleiras de psicanálise.
Por mais de meio milênio, a mística judaica, a Cabalá, vem considerando que os sonhos ocupam uma importância central em nosso dia a dia. Basta abrirmos sua obra máxima, o Livro do Esplendor, o Zohar, datado por volta de 1290 e analisarmos a quantidade de informações sobre a estrutura dos sonhos. Aos estudiosos desta ciência esotérica, chamaremos, a partir de agora, cabalistas. Os primeiros cabalistas sempre acreditaram que o sono e os sonhos desempenham um papel vital em nossas vidas. Em nenhum momento condenaram o sono como perda de tempo e, muito pelo contrário, consideravam-no um contribuinte direto à nossa saúde física e mental. Para manter sua imagem humana como algo bonito e divino, os pensadores cabalistas sempre prezaram o sono como tendo um propósito espiritual crucial, ao lado de outras atividades física, tais como comer e beber. Através do sono, recuperamos nossas energias e abrimos nossas mentes a influências superiores, declara a Cabalá. Ao mesmo tempo, somos exortados a não negar-nos um descanso adequado, assim como somos avisados a não punir-nos com jejuns desnecessários ou outras formas de autoflagelação.
(continua)
Atenção para a novidade - Chat com o Rabino
Precisamos nascer
Certa vez, irmãos gêmeos foram concebidos no útero. Segundos, minutos, horas se passaram enquanto aquelas minúsculas formas embrionárias de vida iam se desenvolvendo. A centelha de vida cresceu e cada pequenino cérebro começou a moldar-se. Com o desenvolvimento do cérebro veio o sentimento e, com o sentimento, a percepção – percepção do que estava à volta, do outro e de sua própria existência. Eles finalmente descobriram que a vida era boa e riram e se deleitaram em seus corações.
Disse o primeiro a seu irmão: “Somos muito afortunados por termos sido gerados e abençoados com este maravilhoso mundo.”
O outro concordou: “É verdade, graças à nossa mãe, quem nos deu vida e um ao outro.”
Cada um dos gêmeos continuou a crescer e logo seus braços, mãos, dedos e unhas foram se definindo. Totalmente formados, esticaram seus corpos e começaram a explorar seu pequeno mundo. Analisaram cada centímetro até que encontraram o cordão umbilical, que lhes garantia a vida través do sangue materno. Felizes com a descoberta, entoaram uma canção: “Quão grande e belo é o amor de nossa mãe, pois ela divide tudo o que tem conosco!”
As semanas tornaram-se meses e, com o surgimento de cada novo mês, passaram a notar mudanças um no outro e em si mesmos.
- “ Estamos mudando”, disse um. “O que quer dizer?”
- “Significa”, disse o outro, “que nós estamos perto de nascer.”
Um frio tomou conta de suas almas. Eles temiam nascer, pois isto significava abandonar seu confortável universo.
Disse o mais temeroso: “Por mim, viveria aqui para sempre.”
- “Mas precisamos nascer!”, exclamou seu irmão. “É o que acontece com todos.”
De fato, havia evidências dentro do útero de que a mãe já havia carregado vida antes deles. “E eu acredito que há vida após o nascimento, você não?” – acrescentou.
- “Como pode haver vida após o nascimento?”, começou a chorar o assustado feto. “Acaso não vão cortar nosso cordão de vida quando nascermos? E você por acaso já conversou com alguém que nasceu? Alguma vez alguém reentrou no útero para descrever como é nascer? NÃO!” Enquanto falava, entrou em desespero e sussurrou: “Se o propósito de nossa concepção e crescimento dentro do útero é terminar nascendo, então nossa vida não tem sentido.” Agarrando com toda força seu precioso cordão umbilical e apertando-o contra seu peito, disse mais: “E se realmente for assim, então a vida é um absurdo e não existem verdadeiras mães!”
- “Mas há uma mãe”, protestou o outro. “Quem mais nos alimentou? Quem mais criou este mundo para nós?”
- “Recebemos nossos nutrientes deste cordão e nosso mundo sempre foi este. E se há uma mãe, onde ela está? Você já a viu alguma vez? Ela já conversou com você? Não! Nós inventamos nossa mãe quando éramos jovens porque isso satisfazia uma necessidade nossa. Acreditar nela fez com que nos sentíssemos seguros e felizes.”, afirmou o incrédulo.
Assim, enquanto um entrava em total desespero, o outro preparava-se para o inevitável futuro, depositando sua confiança nas mãos de sua mãe. As horas converteram-se em dias e os dias em semanas. Chegou o momento. Ambos sabiam que o nascimento estava em suas mãos, mas temiam o desconhecido. Entregaram-se a seu destino. Choraram quando foram trazidos à luz. Tiveram uma estranha sensação e absorveram o ar seco de uma sala fechada e iluminada.. Quando estavam certos de que realmente haviam nascido, abriram seus olhos, vendo a vida após o nascimento pela primeira vez. O que viram? Os lindos olhos de sua mãe enquanto eram acariciados em seus braços. Eles estavam em casa.
Nascemos para morrer e morremos para nascer. Precisamos nascer e acreditar na luz e ternura que nos esperam em nossa próxima etapa da vida. Dizer ‘lechaim” (à vida) ao final da Shiv’á (período inicial do luto judaico) não é apenas valer-se de um slogan milenar: é, antes de mais nada, uma convicção! Cabe-nos aceitar nosso destino, depositando nossa confiança nas sábias palavras de Jó (1:21): “D-us deu, D-us tomou. Seja o nome do Eterno abençoado”, pois é Ele quem está a nos “acariciar” quando ultrapassamos a barreira de nossa existência material. E eu acredito que há vida após o “nascimento” – um dos alicerces de nossa fé.
Que este conto possa ajudar a consolar e confortar aqueles que tanto precisam. Amén.
Prof. Sami Goldstein
Rabino da Comunidade Israelita do Paraná
Hamas libera mensagem de soldado seqüestrado há um ano
Efe e Reuters
GAZA - O braço armado do movimento islâmico Hamas divulgou nesta segunda-feira, 25, em seu site uma mensagem de áudio do soldado israelense Gilad Shalit, cativo há um ano, no qual afirma que seu estado de saúde está piorando e que precisa ser levado urgentemente para um hospital.
A gravação do soldado é a primeira desde que foi capturado por milícias palestinas há um ano.
"Sou o soldado Gilad Shalit, cativo das Brigadas de Ezzedin al-Qassam", afirma o militar,ao iniciar a gravação, na qual revela que "minha situação de saúde está deteriorada e preciso de tratamento em um hospital".
Shalit foi feito refém em 25 de junho de 2006 por militantes palestinos que entraram em Israel partindo da Faixa de Gaza.
Cativeiro em Gaza
Uma TV israelense disse no domingo que um soldado de Israel capturado há um ano está sendo mantido numa sala subterrânea de um prédio cheio de armadilhas explosivas no sul da Faixa de Gaza.
A reportagem do Canal 2 israelense disse que Shalit está nos arredores do campo de refugiados de Shaboura, perto da cidade de Rafah, no sul do território litorâneo. O repórter diz que suas informações vêm de fontes do Hamas.
Autoridades israelenses não quiseram comentar a informação, e uma fonte representando um dos três grupos militantes que assumiram o seqüestro disse que a reportagem é fruto de "especulação e imaginação".
A reportagem diz que dois homens vigiam Shalit e desenvolveram uma relação "cordial" com o refém. O cativeiro seria um depósito subterrâneo de dois cômodos, com mantimentos suficientes para duas semanas, acessível por uma escada num poço de 15 metros repleto de explosivos.
Segundo o canal, os seqüestradores recebem mantimentos e recortes de jornais a cada duas semanas e foram orientados a cuidar bem do prisioneiro.
No ano passado, os seqüestradores se recusaram a aceitar um par de óculos enviado pelos pais do soldado porque temiam a presença de algum minúsculo equipamento que denunciasse o cativeiro.
Histórias dos nossos mestres - Falar e agir
- O senhor faz muita caridade?
- Louvado seja D-us, Rabino, eu ajudo muita gente. Mas sou um homem modesto e não costumo comentá-lo.
- Comente à vontade... e quanto mais comentar, mais faça! - admoestou a rabino.
Dica de download - Bible Code Oracle 1.9
Salmos capítulo 2
א לָמָּה רָגְשׁוּ גוֹיִם וּלְאֻמִּים יֶהְגוּ־רִֽיק
: ב יִתְיַצְּבוּ מַלְכֵי־אֶרֶץ וְרוֹזְנִים נֽוֹסְדוּ־יָחַד עַל־יְהֹוָה וְעַל־מְשִׁיחֽוֹ
: ג נְֽנַתְּקָה אֶת־מֽוֹסְרוֹתֵימוֹ וְנַשְׁלִיכָה מִמֶּנּוּ עֲבֹתֵֽימוֹ
: ד יוֹשֵׁב בַּשָּׁמַיִם יִשְׂחָק אֲדֹנָי יִלְעַג־לָֽמוֹ
: ה אָז יְדַבֵּר אֵלֵימוֹ בְאַפּוֹ וּבַֽחֲרוֹנוֹ יְבַֽהֲלֵֽמוֹ
: ו וַֽאֲנִי נָסַכְתִּי מַלְכִּי עַל־צִיּוֹן הַר־קָדְשִֽׁי
: ז אֲסַפְּרָה אֶל חֹק יְֽהוָה אָמַר אֵלַי בְּנִי אַתָּה אֲנִי הַיּוֹם יְלִדְתִּֽיךָ
: ח שְׁאַל מִמֶּנִּי וְאֶתְּנָה גוֹיִם נַֽחֲלָתֶךָ וַֽאֲחֻזָּתְךָ אַפְסֵי־אָֽרֶץ
: ט תְּרֹעֵֽם בְּשֵׁבֶט בַּרְזֶל כִּכְלִי יוֹצֵר תְּנַפְּצֵֽם
: י וְעַתָּה מְלָכִים הַשְׂכִּילוּ הִוָּסְרוּ שֹׁפְטֵי אָֽרֶץ
: יא עִבְדוּ אֶת־יְהֹוָה בְּיִרְאָה וְגִילוּ בִּרְעָדָֽה
: יב נַשְּׁקוּ־בַר פֶּן־יֶאֱנַף וְתֹאבְדוּ דֶרֶךְ כִּֽי־יִבְעַר כִּמְעַט אַפּוֹ אַשְׁרֵי כָּל־חוֹסֵי בֽוֹ
Capitulo 2
1 Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?
2 Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Eterno e contra o seu ungido, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
4 Aquele que habita nos céus se rirá; o Eterno zombará deles.
5 Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará.
6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.
7 Proclamarei o decreto: o Eterno me disse: tu és meu filho, eu hoje te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
11 Servi ao Eteno com temor, e alegrai-vos com tremor.
12 Beijai o filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
(levirkat umshmirat Alisha bat Devora)
O desafio do destino
Ouvimos frases como: “D-us não gosta de mim”, “Ele está contra mim”, etc, e estes são o estopim de uma revolta interior.
D-us? Que parcela de culpa tem Ele naquilo que dá de errado em nossas vidas? Será que o Benevolente, o Bondoso, o Piedoso, o Misericordioso (como referimo-nos a Ele durante as orações), Aquele que nos deu o dom da vida, pode realmente transformar-se, de uma hora para a outra, na “pedra do nosso sapato”?
Conta-se a seguinte história:
Um discípulo procurou o Rav Nachman de Breslav: “Não continuarei meu estudos dos textos sagrados”, disse. “Moro numa casa com meus irmãos e pais, e nunca encontro as condições ideais para concentrar-me”. O rabino então apontou para o sol e pediu para que o discípulo colocasse a mão na frente do rosto, de modo a ocultá-lo. E assim fez o discípulo. Concluiu o sábio rabino: “Sua mão é pequena, e, mesmo assim, conseguiu cobrir por completo a força, a luz, e a majestade do imenso sol. Os pequenos problemas lhe dão a desculpa para não seguir em busca de seus objetivos. Ninguém é culpado pelo seu insucesso. Assim como a mão pode esconder o sol, o temor ao desafio tem o poder de esconder a luz interior. Não deixe que isto aconteça.
Paul Tillich, em seu The Courage To Be, afirma que “o mundo da angústia é um mundo em que as categorias, as estruturas da realidade, perderam o valor”. E, nesse mundo, quando perdemos a consciência de que nós somos os detentores da ação e, principalmente, da solução, procuramos um culpado para o nosso fracasso.
Uma das premissas judaicas é o Livre Arbítrio. O Todo- Poderoso, ao criar-nos, conforme o relato bíblico, deu-nos o reflexo de Sua imagem. E o que significa isso? O poder de decisão. Somos os únicos seres na Terra capazes de guiar nossas vidas por vontade própria. Nem mesmo o mais inteligente dos animais pode desvincular-se de seu instinto, por mais que seja ensinado a fazê-lo. Conforme Rabi Iochanán diz no Talmud (Sucá 53a): “Os pés de um homem são responsáveis por ele; eles o levam ao seu destino”. E este destino, de acordo com o judaísmo, não é pré-determinado. Temos em nossas mãos todas as ferramentas necessárias para reescrevê-lo constantemente. Mas, como mencionado anteriormente, estamos sujeitos a eventuais fracassos. Claro, vivemos regidos pelas leis da natureza. Se não fosse isso, não seríamos criaturas feitas à imagem de Deus e sim Suas marionetes!
Durante uma de minhas aulas, uma aluna me perguntou: “Mas que livre-arbítrio têm aqueles que sofrem com a fome no Nordeste? Acaso eles podem escolher entre a fome e a fartura?” A resposta para esta pergunta está no Birkat Hamazon, a prece que recitamos ao final das refeições: Baruch atá Ado-nai hazán et hacól, Bendito sejas, ó Eterno, que manténs a todos os seres. Se todo alimento provido pela Terra fosse repartido de forma justa e igual, não haveria mais fome. E com base nisto, podemos explicar várias tragédias que assolam a humanidade (até mesmo as da História Judaica), que são obras do homem, e não de D-us. Maimônides (Hilchót Teshuvá 5,2) afirma veementemente: “ninguém o força (o homem), ninguém decreta, ninguém o arrasta para nenhum dos lados; ele mesmo, conscientemente, toma o caminho que quer”. Nem sempre é o melhor. Esta é a mesma opinião de Rashi, ao comentar a Bíblia (Números 22:35): “O Todo-Poderoso ajuda o homem a trilhar as veredas que ele mesmo escolhe para si”.
Rav Nachman tinha razão: às vezes o medo de enfrentar o desafio faz com que pequenos problemas transformem-se em grandiosas desgraças, ocultando a luz que vem do íntimo de nosso ser. E quando entramos neste mundo - o mundo da angústia, da falta de esperança, da desmotivação - perdemos cada vez mais a noção da realidade e, consequentemente, a solução se torna cada vez mais difícil. Talvez não consigamos reverter nosso fracasso na primeira tentativa, ou na segunda, ou na terceira... mas não podemos desistir. Um filósofo disse: “uma pessoa só morre quando deixa de amar”, e amar significa lutar por aquilo que acreditamos. A versão judaica deste ditado diz que nada pode se opor à vontade humana. E mais: a lei é bem clara ao afirmar que “ein somchin al hanês” - não vivemos em função de milagres. Eventualmente podem ocorrer, podemos (às vezes devemos) orar para que aconteçam, mas é só. Ser judeu significa agir. Ser judeu significa manter o otimismo, mesmo quando este parece impossível. O desafio do destino está dentro de nós!
domingo, 24 de junho de 2007
Vídeo absolutamente imperdível
Um vídeo que por si só é uma aula. Assista com calma e reflita sobre seu conteúdo. Amanhã voltaremos, se D-us quiser, com mais novidades. Laila Tov, boa noite a todos!