O elemento chave na interpretação onírica é entender cada aspecto individual do sonho. Muito antes das teorias freudianas, a mística judaica já indicava que nossas mentes, durante o sono, operam por meio de símbolos. Embora não tenha confinado os sonhos para satisfazer os desejos de alguém, sejam eles sexuais, segundo Freud; de poder, conforme dizia Adler; ou de inspiração cósmica e transcendental, de acordo com Carl Jung., ela concorda que muitas de sua facetas realmente representam pensamentos abstratos e sentimentos ocultos.
Por exemplo: o Zohar (v 2, pg 164) afirma que todas as cores vistas em um sonho são um bom presságio, com exceção do azul. Hoje, a psicologia moderna já demonstrou que as cores estão intimamente conectadas às nossas mais profundas emoções. Pessoas que normalmente sonham “em cores” são aquelas que geralmente estão mais em contato com seu mundo interior. Além disse, o Zohar assume que cores fortes e escuras estão associadas com sentimentos de infelicidade pessoal. É interessante notar que, em inglês existe o jargão popular “blue Mondays”. Em outra oportunidade, ele diz que “um rio visto no sonho é presságio de paz”. O que é um rio? algo belo, tranqüilo, que transmite harmonia e felicidade. Sonhar, por exemplo, com um rolo das Sagradas Escrituras em chamas, o final do Dia do Perdão judaico ou com os dentes caindo. Segundo José Caro, no século XVI, estes também poderiam ser incluídos como maus presságios, ao lado das cores escuras. Por quê? Basta analisarmos cada aspecto em separado: as Sagradas Escrituras representam a harmonia entre o homem e Deus; queimando, sugerem algum conflito emocional a ser resolvido. O Dia do Perdão é aquele no qual jejuamos por 25 horas, arrependendo-nos de qualquer má atitude cometida no decorrer do ano; sonhar com ele, indica algum tipo de sentimento de culpa. Com relação aos dentes, eles representam a força; caindo, parte de nossa potência vital está se esvaindo, causando-nos temor. É interessante notar que Freud, quase três séculos depois, utilizou este mesmo exemplo aplicado à potência sexual do indivíduo. Ao mesmo tempo, somos advertidos a levar a sério sonhos com doença, morte e destruição, não como uma visão profética do que está por vir, mas como um alarme interno de que algo esteja errado dentro de nós.
Estes são alguns dos inúmeros exemplos que podemos dar com base em nossos textos. Vamos agora tentar apresentá-los de uma forma um pouco mais real. Lembram-se sobre o que falamos a respeito de nossa memória ser como uma chapa de vidro? Pois bem, nossa mente está registrando esta exata imagem que vocês estão vendo neste momento. Nós aqui, falando e vocês aí, ouvindo. É muito provável que vocês sonhem hoje à noite com esta situação, afinal ela está sendo muito bem fixada em suas memórias. Suponhamos que esta mesa-redonda lhes lembre a respeito de uma sala de aula da faculdade. Então vocês veriam seus professores e toda aquela situação. Voltemos ao exemplo das chapas ou slides. O que acontece se colocarmos uma encima da outra? As imagens ficarão sobrepostas. Imaginemos que a sala de aula nos lembre um amigo de classe que, infelizmente, faleceu. Nossa mente colocaria este slide encima dos outros dois. Suponhamos então, que seu organismo quer lhe dar uma mensagem de que você está triste. Qual seria o resultado desta sobreposição de imagens? Vocês estariam provavelmente vendo, em seu sonho, seu amigo falecido dando uma palestra na PUC ao lado de seu professor, enquanto cores escuras predominam no ambiente.
Assim, por meio de métodos associativos compreensíveis ou não, a mente vai montando a imagem, dentro de nossas mentes. Uma visão destas seria assustadora, não? Por isso, é importante analisarmos cada aspecto, cada elemento do sonho em separado para chegarmos a um interpretação lógica e coerente. Dependendo da visão, como nosso exemplo, poderemos dar maior importância ao que não tem valor e descartar aquilo que realmente interessa. Nossos sábios talmúdicos (Brachot 57a) diziam que um sonho é igual a 1/60 de uma profecia. A profecia, no caso, é a mensagem biológica a nós transmitida pelo nosso corpo. Mas advertem-nos (id. 55b): “assim como é impossível encontrar espigas de milho sem palha, assim também não existem sonhos sem coisas vãs”. A fantasia criada por este fantástico computador chamado cérebro pode fazer-nos acreditar na veracidade dos inúteis 59/60 e desprezar a pequena, mas essencial parte do sonho. Apesar dos avisos, nossos mestres sabiam que a crendice popular cresceria cada vez mais, principalmente quando da estadia dos judeus entre os persas e babilônicos, povos que davam uma enorme importância aos sonhos. Para influenciar psicologicamente o povo, instituíram uma cerimônia chamada Hatavat Chalom - a “melhora do sonho”- na qual aquele que teve um sonho ruim apresenta-se diante de três amigos que, por meio de fórmulas rabínicas e combinações de Salmos, simbolicamente “revertem” o mau desígnio sonhado, aliviando aquela mente perturbada.
Por exemplo: o Zohar (v 2, pg 164) afirma que todas as cores vistas em um sonho são um bom presságio, com exceção do azul. Hoje, a psicologia moderna já demonstrou que as cores estão intimamente conectadas às nossas mais profundas emoções. Pessoas que normalmente sonham “em cores” são aquelas que geralmente estão mais em contato com seu mundo interior. Além disse, o Zohar assume que cores fortes e escuras estão associadas com sentimentos de infelicidade pessoal. É interessante notar que, em inglês existe o jargão popular “blue Mondays”. Em outra oportunidade, ele diz que “um rio visto no sonho é presságio de paz”. O que é um rio? algo belo, tranqüilo, que transmite harmonia e felicidade. Sonhar, por exemplo, com um rolo das Sagradas Escrituras em chamas, o final do Dia do Perdão judaico ou com os dentes caindo. Segundo José Caro, no século XVI, estes também poderiam ser incluídos como maus presságios, ao lado das cores escuras. Por quê? Basta analisarmos cada aspecto em separado: as Sagradas Escrituras representam a harmonia entre o homem e Deus; queimando, sugerem algum conflito emocional a ser resolvido. O Dia do Perdão é aquele no qual jejuamos por 25 horas, arrependendo-nos de qualquer má atitude cometida no decorrer do ano; sonhar com ele, indica algum tipo de sentimento de culpa. Com relação aos dentes, eles representam a força; caindo, parte de nossa potência vital está se esvaindo, causando-nos temor. É interessante notar que Freud, quase três séculos depois, utilizou este mesmo exemplo aplicado à potência sexual do indivíduo. Ao mesmo tempo, somos advertidos a levar a sério sonhos com doença, morte e destruição, não como uma visão profética do que está por vir, mas como um alarme interno de que algo esteja errado dentro de nós.
Estes são alguns dos inúmeros exemplos que podemos dar com base em nossos textos. Vamos agora tentar apresentá-los de uma forma um pouco mais real. Lembram-se sobre o que falamos a respeito de nossa memória ser como uma chapa de vidro? Pois bem, nossa mente está registrando esta exata imagem que vocês estão vendo neste momento. Nós aqui, falando e vocês aí, ouvindo. É muito provável que vocês sonhem hoje à noite com esta situação, afinal ela está sendo muito bem fixada em suas memórias. Suponhamos que esta mesa-redonda lhes lembre a respeito de uma sala de aula da faculdade. Então vocês veriam seus professores e toda aquela situação. Voltemos ao exemplo das chapas ou slides. O que acontece se colocarmos uma encima da outra? As imagens ficarão sobrepostas. Imaginemos que a sala de aula nos lembre um amigo de classe que, infelizmente, faleceu. Nossa mente colocaria este slide encima dos outros dois. Suponhamos então, que seu organismo quer lhe dar uma mensagem de que você está triste. Qual seria o resultado desta sobreposição de imagens? Vocês estariam provavelmente vendo, em seu sonho, seu amigo falecido dando uma palestra na PUC ao lado de seu professor, enquanto cores escuras predominam no ambiente.
Assim, por meio de métodos associativos compreensíveis ou não, a mente vai montando a imagem, dentro de nossas mentes. Uma visão destas seria assustadora, não? Por isso, é importante analisarmos cada aspecto, cada elemento do sonho em separado para chegarmos a um interpretação lógica e coerente. Dependendo da visão, como nosso exemplo, poderemos dar maior importância ao que não tem valor e descartar aquilo que realmente interessa. Nossos sábios talmúdicos (Brachot 57a) diziam que um sonho é igual a 1/60 de uma profecia. A profecia, no caso, é a mensagem biológica a nós transmitida pelo nosso corpo. Mas advertem-nos (id. 55b): “assim como é impossível encontrar espigas de milho sem palha, assim também não existem sonhos sem coisas vãs”. A fantasia criada por este fantástico computador chamado cérebro pode fazer-nos acreditar na veracidade dos inúteis 59/60 e desprezar a pequena, mas essencial parte do sonho. Apesar dos avisos, nossos mestres sabiam que a crendice popular cresceria cada vez mais, principalmente quando da estadia dos judeus entre os persas e babilônicos, povos que davam uma enorme importância aos sonhos. Para influenciar psicologicamente o povo, instituíram uma cerimônia chamada Hatavat Chalom - a “melhora do sonho”- na qual aquele que teve um sonho ruim apresenta-se diante de três amigos que, por meio de fórmulas rabínicas e combinações de Salmos, simbolicamente “revertem” o mau desígnio sonhado, aliviando aquela mente perturbada.