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Misheberach Lechaialei Tzahal

Misheberach Lechaialei Tzahal
Prece pelos Soldados de Israel - Aquele que abençoou nossos pais Avraham, Itschak e Yaakov, abençoará os soldados das Forças de Defesa de Israel, que guardam a nossa terra e as cidades de nosso D-us (...) O Santo, bendito seja Ele, guardará e livrará os nossos soldados de toda angústia e aperto, e de toda ocorrência e enfermidade, e mandará bênção e sucesso em todos os seus atos (...) e digamos AMEN. (que os méritos das preces e estudos aqui realizados sejam revertidos como bênçãos a Alisha bat Devora)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Saindo do cerco parte I


Amanhã (3/7) iniciamos um período dos mais solenes do ano. Conhecido como Bein Hametsarim - entre os cercos - as três semanas que vão do dia 17 de tamuz ao 9 de av, são marcadas pela tristeza, desconforto, luto e lamentação. Vários são os eventos trágicos ocorridos nestas duas datas, desde a Antigüidade até a História recente, mas, sem dúvida, o mais relevante é a destruição dos dois Templos de Jerusalém (em 586 a.C. e, posteriormente, em 70 d.C.). O Talmud Guitín dedica grande parte do seu quinto capítulo à narração do sofrimento passado pelos habitantes de Jerusalém e à dor do povo com a perda de amado seu santuário. Por isso, desde tempos remotos, judeus do mundo todo jejuam nestes dois dias, sendo o segundo tão extenso quanto Iom Kipur.
Neste artigo divido em duas partes, vamos analisar a trajetória destes dois eventos - cerco e destruição- a partir de uma perspectiva, ao mesmo tempo, religiosa e psicológica, com o objetivo de traçarmos um objetivo: reverter a tragédia em alegria; fazer com que a dor transforme-se em um sorriso. Afinal, nem todas as guerras são travadas dentro de um campo de batalha. Muitas delas estão dentro de nós. E, quando o inimigo é invisível, nossas chances de derrota são maiores.
Iniciamos com o cerco a Jerusalém. Os romanos, imbatíveis em sua força, cercaram a Cidade Santa, rompendo suas muralhas (17 de Tamuz), de tal forma que seus moradores não tinham outra opção a não ser render-se. Mas mesmo a rendição não significava a vida. Os relatos dramáticos mencionados no Talmud mostram como é cruel uma guerra, não importa qual seja a sua motivação. Sempre a vida - bem maior deste mundo - acaba sendo a perdedora.
Neste momento temos uma batalha sendo travada dentro de nós, semelhante àquela de tempos remotos. O inimigo - perda de valores, angústia, sofrimento, preguiça, dentre tantos - aproxima-se de nós, cercando-nos de todos os lados. E quanto mais esperamos, deixando para mais tarde nossa ação e reação, mais ele fecha o cerco, rompendo nossas defesas, a tal ponto de não termos como escapar.
A mística judaica ensina que nós, dentro de nosso corpo, possuimos dois tipos de instintos: um bom e um mal. Em constante disputa pelo poder, ambos “defendem suas teses” como sendo as verdadeiras. Aliás, o mesmo motivo de uma guerra real, na qual o invasor defende a veracidade e legitimidade de sua imposição. E nós, no meio desta briga, acabamos por sentir-nos cercados, indefesos, sem a mínima capacidade de reagir.
Um outro modo de ver uma disputa é analisando-a como um jogo. Muitos de nós jogamos e nem sempre nos damos conta da lição que podemos extrair deste ato. E nossos sábios não perderam a oportunidade de aproveitá-las. Assim dizia o Rebe de Kotzk:
“Existem três regras no jogo de damas, e assim devemos nos comportar durante nossa vida: a) é permitido andar somente para a frente; b) é preciso avançar casa por casa, passo a passo; c) se você chegar ao fim, estará livre para ir aonde quiser.”
O inimigo parece imbatível e sem sua iniciativa, vontade e disposição, com certeza sempre será. Mas o problemas, quando a parecem e parecem cercar-nos, não são o fim da linha. O povo de Jerusalém não teve outra opção, mas nós temos. Nosso adversário pode ser vencido. Basta apenas termos a vontade de vencer. E, vencendo, estaremos livres para ir aonde quisermos.


Eis os eventos que aconteceram no dia 17 de Tamuz, na História Judaica:

• Moisés quebrou as Tábuas da Lei;
• foi suspensa a oferenda diária no Primeiro Templo;
• foram rompidas as muralhas de Jerusalém, na época do Segundo Templo;
• Apóstomos, um soldado romano, queimou a Torá;
• um ídolo foi colocado no Templo.

Prof. Sami Goldstein

Rabino da Comunidade Israelita do Paraná