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Misheberach Lechaialei Tzahal

Misheberach Lechaialei Tzahal
Prece pelos Soldados de Israel - Aquele que abençoou nossos pais Avraham, Itschak e Yaakov, abençoará os soldados das Forças de Defesa de Israel, que guardam a nossa terra e as cidades de nosso D-us (...) O Santo, bendito seja Ele, guardará e livrará os nossos soldados de toda angústia e aperto, e de toda ocorrência e enfermidade, e mandará bênção e sucesso em todos os seus atos (...) e digamos AMEN. (que os méritos das preces e estudos aqui realizados sejam revertidos como bênçãos a Alisha bat Devora)

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Vaticano pode reviver oração que propõe conversão de judeus

Religiosos vêem medida como retrocesso nas relações do Estado com o Judaísmo

ROMA - O Vaticano divulga neste sábado, 7, um decreto que prevê o retorno das missas em latim e que pode reintroduzir aos rituais católicos nas igrejas uma polêmica oração que pede a conversão de judeus ao catolicismo.

A probabilidade do retorno da oração, que havia sido colocada de lado da liturgia católica na década de 1960, ganhou repercussão na imprensa e preocupa grupos do diálogo entre cristãos e judeus, que avaliam a medida como um retrocesso da postura atual do Vaticano em relação ao Judaísmo.

“Espero que seja um alarme injustificado”, disse à BBC Brasil Riccardo Di Segni, rabino-chefe da Comunidade Judaica de Roma. “Espero que não aconteça nada disto, que sejam apenas rumores.”

No Vaticano, ninguém comenta o assunto. Há apenas uma declaração de que não é possível confirmar ou desmentir qualquer informação, porque o documento assinado pelo papa Bento XVI é considerado secreto até o momento da publicação. Ao certo, sabe-se apenas que o papa quer permitir o retorno da missa em latim.

A parte do missal que gerou a polêmica diz: "Oremos pelos judeus, para que Deus retire o véu que cobre seus corações e lhes faça conhecer nosso senhor Jesus Cristo".


Prejudicial
Luigi Accattoli, vaticanista do jornal Corriere della Sera, aposta na possibilidade de que o papa coloque no texto uma cláusula excluindo a oração, que, teme-se, possa prejudicar as relações entre católicos e judeus.

“Em nome da sua nacionalidade e da militância que teve no passado na juventude nazista, torço para que o papa Bento XVI tenha sensibilidade suficiente para excluir estes versos”, afirmou o teólogo Brunetto Salvaranni, especialista em diálogo cristão-judaico. “Mas se isto realmente acontecer, será muito grave e provocará grande abalo no diálogo entre judeus e católicos”.

O texto do papa sobre o retorno da missa em latim está pronto há vários meses. Mas seu lançamento vem sendo adiado sem maiores explicações.

No final do mês passado, Bento XVI esteve reunido com um grupo de 25 bispos, quando foram distribuídas as primeiras cópias do documento e da carta que será enviada aos episcopados de todo o mundo.

Segundo alguns bispos que participaram do encontro, o papa foi muito claro ao dizer que a antiga forma de celebrar a missa passará a ser o novo rito nas igrejas.


Missa em latim
O documento do pontífice, conhecido como Motu Proprio Summorum Pontificum, dará mais liberdade para que os padres celebrem missas em latim.

Hoje, eles precisam pedir autorização às dioceses para celebrá-la e, na maioria das vezes, os bispos se recusam a dá-la.

Há uma grande expectativa - e um grande mistério - em torno do teor da carta explicativa do papa que acompanhará o documento.

Em Roma, especula-se que, além de agradar os tradicionalistas, ela possa trazer críticas a sacerdotes carismáticos que avançaram nas celebrações além das determinações do Concílio Vaticano II, com a inclusão de músicas e danças populares.

No caso do Brasil, o exemplo mais notório é o do padre Marcelo Rossi. O retorno da missa em latim agrada aos tradicionalistas, que rejeitaram as reformas aprovadas pelo Concílio Vaticano II, entre elas a troca do latim pelos idiomas locais na liturgia.

No entanto, o decreto é polêmico entre os defensores das reformas feitas na década de 1960 - que mudaram a postura da Igreja, afirmando o amor de Deus pelos judeus e conclamando o respeito e a cooperação diante dos outros credos religiosos.

À estas alterações é creditada uma melhora nas relações entre católicos e judeus, pois elas dão destaque às raízes judaicas do cristianismo e rechaçam a culpa coletiva dos judeus pela morte de Jesus Cristo.

Os contatos foram intensificadas com o pontificado de João Paulo II, que esteve numa sinagogga em Roma, em 1985, visitou Jerusalém e pediu perdão pelos erros dos católicos diante dos judeus.

Na avaliação dos reformistas, a volta do latim poderá incentivar os conservadores a seguir questionando as reformas do Concílio Vaticano II, podendo gerar mais divisões na Igreja Católica.
Fonte: BBC Brasil