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Misheberach Lechaialei Tzahal

Misheberach Lechaialei Tzahal
Prece pelos Soldados de Israel - Aquele que abençoou nossos pais Avraham, Itschak e Yaakov, abençoará os soldados das Forças de Defesa de Israel, que guardam a nossa terra e as cidades de nosso D-us (...) O Santo, bendito seja Ele, guardará e livrará os nossos soldados de toda angústia e aperto, e de toda ocorrência e enfermidade, e mandará bênção e sucesso em todos os seus atos (...) e digamos AMEN. (que os méritos das preces e estudos aqui realizados sejam revertidos como bênçãos a Alisha bat Devora)

terça-feira, 19 de junho de 2007

Micve – a imersão ritual


Ao olharmos pela primeira vez, a Micve pode parecer uma pequena piscina, com degraus levando ao seu interior. No entanto, a rica decoração do ambiente e o fato de estar localizada em uma congregação levam-nos a perguntar: o que é a Micve? Para que serve?
A palavra Micve significa coleção; uma coleção de águas provenientes de fontes naturais, tais como chuva, rios, mananciais subterrâneos e até mesmo neve - uma vez que não passam pelo contato humano-, recolhidas em um compartimento especial. Um novo exame e será notado um orifício lateral ou no chão da Micve, pelo qual estas águas se misturam à água do reservatório central. A Micve é totalmente azulejada, devendo ter, no mínimo, 60 cm² de área por 1,80 m de profundidade, sendo que a quantidade de água não deva ser inferior 680l. Somente assim, a Micve é considerada, pela Lei Judaica, kasher – apta – a imersão, chamada Tevilá.
Historicamente, a Micve tem representado uma importância sem igual para o judaísmo. Em Massada, a grande fortaleza, homens e mulheres lutavam por suas vidas e fé contra o poderoso Império Romano. No entanto, duas Micvaót (plural de Micve) lá foram descobertas, confirmando que, mesmo sob risco de vida, os judeus jamais abandonaram este conceito. E estudos confirmaram que não há a menor diferença entre aquelas e as atuais, apesar de mais de 1.900 anos separando-as. Tal é a sua relevância, que os sábios do Talmud afirmaram que a comunidade que não tenha uma sinagoga e uma Micve deva construir esta, em primeiro lugar. O motivo? Um serviço religioso, segundo o judaísmo, pode ser oficiado em outro lugar. Porém, sem a Micve, todo o ritual perde sua simbologia e a comunidade, por sua vez, sua identidade.
Pela Lei, a Micve é utilizada em três situações, muito embora haja divergências quanto à sua total aceitação e/ou cumprimento por parte das diversas correntes ideológicas judaicas: a) após o período menstrual da mulher; b) conversão ao judaísmo e; c) imersão de utensílios de cozinha novos, antes de serem utilizados. Outro costume amplamente difundido prega a imersão nas vésperas de Shabat e Yom Kipur, como um meio de purificar-se para os dias sagrados.
A Micve é utilizada por homens e mulheres, dependendo da ocasião. Porém, apesar de a Micve assemelhar-se a uma enorme banheira, é uma ferramenta espiritual sem qualquer conexão com limpeza. Na realidade, o usuário deve estar perfeitamente limpo antes de imergir. Por isso, o ambiente da Micve também deve possuir toda a infra-estrutura necessária à higiene pessoal.
A água simboliza a vida, em constante movimento e transformação. Por isso a necessidade de águas provenientes de fontes naturais, chamadas maim chaim (águas vivas), que seguem seu curso naturalmente. Na Torá, a função da Micve é predominantemente ligada ao Cohen Gadol – Sumo Sacerdote -, que imergia na água cinco vezes durante Yom Kipur, na época dos Templos. Assim também eram consagrados os sacerdotes. Já no ato da conversão, ela está relacionada à mudança de status espiritual. Em uma analogia ao ventre materno – também permeado de líquido -, o converso “nasce” para uma nova existência. Com base nisso, afirmaram nossos mestres: “assim que o converso imerge e emerge, ele é um judeu em todos os sentidos” (Iebamot 47b).
Prof. Sami Goldstein
Rabino da Comunidade Israelita do Paraná